Articulador político do governo, Adriano Gadelha afirma que o partido está aberto à indicações da base para cargos à majoritária
Carlos Eduardo deve se filiar a partido aliado; Jean Paul precisa oficializar pretensão ao PT e Zenaide Maia é considerada rompida com o partido | Foto: Reprodução
Por Carol Ribeiro | Diário do RN
Carlos Eduardo Alves precisa mudar de partido para que o PT abra diálogo, Jean Paul Prates não oficializou pretensão de candidatura e Zenaide Maia segue sem diálogo com o PT. Essas são as condições colocadas pelo ex-presidente do partido petista no Rio Grande do Norte, Adriano Gadelha, ao tratar das articulações para a chapa majoritária de 2026 no Rio Grande do Norte. Em conversa com o Diário do RN, ele admitiu a possibilidade de diálogo com o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PSD), mas condicionou qualquer avanço à definição partidária do ex-gestor.
Ele destacou que Alves aparece mais próximo do campo da centro-direita, que ele aponta como opositor, filiado ao PSD, mas não descartou um entendimento e conversas sobre indicação caso ele migre para um partido da base. O diálogo incluiria indicação ao Governo ou ao Senado.
Questionado sobre os diálogos de Carlos Eduardo com Walter Alves para filiação ao MDB, que aconteceram na semana passada, Gadelha considerou:
“Se ele for para o MDB, como o MDB faz parte da nossa base, Walter vai assumir o Governo, nós e o PT não vamos fechar a porta pra dialogar, não. Agora, a gente não pode antecipar, pode ser que o MDB não ofereça o nome dele, possa oferecer outros nomes, possa propor outra coisa”, disse.
Após pesquisa do Instituto DataVero, publicada no dia 11 de setembro, em que Carlos Eduardo Alves aparece com boas intenções de voto ao governo e ao senado, o ex-prefeito iniciou diálogos com partidos. Se estiver na base de Fátima Bezerra (PT), poderá ser indicação para compor. De acordo com fala de Adriano Gadelha, o partido está de portas abertas para indicação. Entretanto, observando que o PT já tem candidato, que é Cadu Xavier.
Sobre Jean Paul Prates, ex-senador e ex-presidente da Petrobras, Adriano afirmou que não há até agora uma formalização de candidatura feita por ele dentro do PT.
“Eu perguntei inclusive à presidente estadual do partido se havia alguma formalização, algum debate, se Jean Paul já tinha apresentado. Ela me disse que não tem nada oficialmente. O que é diferente de Cadu, que foi apresentado em plenária partidária”, explicou.
Jean Paul Prates declarou em entrevistas recentes que se coloca disponível para candidatura ao Senado. O ex-presidente da Petrobras tem reclamado, desde o ano passado, de exclusão dos diálogos do partido, e abriu conversas com outras siglas da base.
Para Adriano, Jean também precisa de definição partidária.
“É bem verdade também que a gente não pode fugir da regra de que se o PT está apresentando um nome ao Governo e um ao Senado, tem que ter sensibilidade, você tem que chamar outros atores”, afirma, destacando que as indicações vão partir dos aliados que devem estar com o PT até as eleições: PSB, PV, PCdoB, PDT, REDE, MDB, PSOL ou Cidadania.
Zenaide Maia e reciprocidade
Gadelha também comentou a posição da senadora Zenaide Maia (PSD). O petista afirma que o PT está aberto ao diálogo, mas a senadora não teve interesse em manter contato com o partido.
“Nós tivemos conversa com a senadora Zenaide lá no início do ano e batemos um papo sobre política, mas de lá pra cá não vimos nenhum aceno dela. Nossos parlamentares em todas as entrevistas que deram fizeram acenos dos mais diversos e não houve nenhuma posição. Do lado de cá, nós vamos seguir nosso projeto de buscar conversar com os aliados que queiram dialogar conosco”, disse.
Apesar disso, ele negou que haja ruptura com a senadora:
“Não existe uma coisa formal de que estamos distantes e não vamos ter nada na frente. Agora, em política não pode se deixar vácuo. As coisas às vezes exigem maior diálogo com aqueles que estão próximos e têm interesse em dialogar conosco”.
O dirigente reforçou que o PT manterá a abertura de diálogo com partidos que compõem a base nacional do governo Lula, como PSB, PDT, MDB, PSOL e até o próprio PSD, legenda de Carlos Eduardo e Zenaide.
“A gente vai buscando diálogo com quem está querendo diálogo conosco. Esse é o nosso sentimento. Nós temos que ter reciprocidade. Eu acho que diálogo é como você só conversa com quem quer conversar contigo”, concluiu.
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