terça-feira, 14 de maio de 2019

UFERSA rebate declarações do presidente do PSL

Do Diário Político

Depois da declaração dada pelo médico psiquiatra Daniel Sampaio, presidente do PSL de Mossoró sobre as universidades Federais, a UFERSA publicou uma nota de esclarecimento que rebateu algumas acusações do político. Confira abaixo a nota na íntegra.

– NOTA DE ESCLARECIMENTO –

A Universidade Federal Rural do Semi-Árido – Ufersa vem a público esclarecer algumas declarações dadas pelo psiquiatra Daniel Sampaio em entrevista concedida à TV a Cabo Mossoró – TCM, em 07 de maio de 2019.

Sendo o entrevistado médico atuante no município de Mossoró, a Ufersa entende que parte das afirmações feitas por ele podem causar preocupação a comunidade, em especial às famílias dos discentes.

Equivocadamente, as declarações dadas pelo médico podem levar à conclusão de que a Universidade, isoladamente, pode ser apontada como causadora de adoecimento mental e dependência química nos seus discentes. Contudo, amparada nas discussões atuais sobre transtornos mentais, compiladas no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), na última edição da Classificação Estatística Internacional das Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID 11) e na literatura científica especializada, a Universidade entende que os transtornos mentais e do comportamento têm origem e desenvolvimento multicausais, dada a influência dos fatores sociais, culturais, genéticos, neurobiológicos e psicológicos.

Especificamente quanto ao transtorno por uso de álcool e outras drogas, destaca-se que existem fatores genéticos e fisiológicos associados a uma maior propensão ao uso indiscriminado dessas substâncias. Além de que, trata-se de um dos transtornos mais prevalentes na sociedade brasileira, principalmente entre homens, adolescentes e jovens adultos, em situação de vulnerabilidade socioeconômica, ou seja, a precariedade no acesso à saúde, à moradia, à alimentação, ao emprego e à educação.

Apesar de 87,5% dos discentes da Ufersa estarem classificados como economicamente vulneráveis (e 93,65% dos discentes assistidos com recursos do Programa Nacional de Assistência Estudantil para cursarem a graduação), 95,3% dos estudantes da Ufersa nunca fizeram uso de drogas ilícitas, seja dentro ou fora da Instituição, segundo dados da 5a Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos Graduandos das Instituições Federais de Ensino Superior de 2018.

Adicionalmente, ao invés de promover um ambiente de estímulo ao uso de drogas, a Ufersa promove ações institucionais de prevenção e conscientização e combate, em especial ao comércio ilegal de substâncias. Ao contrário do afirmado pelo entrevistado de que a polícia é proibida de entrar no campus, as ações são integradas com as polícias Militar e Federal. A instituição oferece aos discentes assistência social, psicológica, nutricional e pedagógica, além de práticas de esportes, ensino de música, moradia e alimentação de qualidade e programas e projetos de ensino, pesquisa e extensão.

Destaca-se que não é de conhecimento desta Universidade e dos seus profissionais, bem como da literatura científica, a associação entre tatuagens e transtornos mentais, ou capacidades moral e intelectual do indivíduo.

As afirmações de que as universidades não fizeram prestação de contas, causando assim o corte de recursos, demonstra desconhecimento do funcionamento das IFES, pois, assim como toda instituição pública, elas são obrigadas a prestar contas anualmente dos recursos recebidos, de acordo com artigo 70 da Constituição Federal, além de serem frequentemente auditadas por órgãos de controle como a Controladoria Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU). A Ufersa mantém aberta para a sociedade as suas prestações de conta dando transparência ao contribuinte. No Portal Ufersa, na página da Pró-Reitoria de Planejamento, é possível conferir os números bem como os relatórios de gestão dos últimos anos.

Por fim, a Ufersa salienta que cumpre com sua função educativa e social e reafirma seu compromisso na promoção de um ensino público de qualidade e na formação de profissionais aptos a atuarem no mercado de trabalho e a participarem como cidadãos ativos e conscientes na sociedade.

Mossoró/RN, 14 de maio de 2019.