sábado, 9 de maio de 2020

Atividade da construção potiguar aprofunda declínio

A Sondagem Indústria da Construção, elaborada pela FIERN, aponta que a atividade do setor sofreu forte contração em março de 2020, dando continuidade à tendência já observada em fevereiro, e ficou abaixo do padrão usual para o período. O comportamento mais recente reflete os impactos negativos da pandemia do novo coronavírus.

No entanto, vale destacar que a atividade do setor se encontra abaixo do padrão usual desde outubro de 2013, mas que este vinha experimentando um processo de redução de perdas entre setembro de 2019 e janeiro de 2020. Com o último o recuo de março, o índice do nível de atividade alcançou o valor mais baixo da série histórica iniciada em 2010.

(Foto: autor não identificado)

Desemprego

Acompanhando o desempenho negativo da atividade, o número de empregados também caiu. A Utilização da Capacidade Operacional (UCO) registrou 37% em março, queda de 1 ponto percentual em relação a fevereiro (38%).

No primeiro trimestre de 2020, os empresários do setor revelam insatisfação com a situação financeira e com a margem de lucro operacional das empresas, e continuam encontrando dificuldade de acesso ao crédito. Além disso, os preços médios das matérias-primas foram percebidos como mais elevados do que no trimestre anterior.

Problemas

Entre os principais problemas relatados pelos empresários do setor, os que foram apontados com mais frequência no primeiro trimestre de 2020 foram, nesta ordem: demanda interna insuficiente (56% de assinalações), elevada carga tributária (44%), inadimplência dos clientes (41%), taxas de juros elevadas (41%), competição desleal (28%), falta de capital de giro (25%) e falta de financiamento de longo prazo (25%).

Perspectivas negativas

Quanto às perspectivas em relação aos próximos seis meses, todos os indicadores sofreram queda em abril de 2020 e ficaram abaixo da linha divisória de 50 pontos, revelando que os empresários estão pessimistas com a evolução futura do nível de atividade, das compras de insumos, dos novos empreendimentos e serviços e do número de empregados. Essa frustração de expectativas compromete o investimento do setor, na medida em que torna os empresários menos dispostos a assumir riscos. De fato, o índice de intenção de investimento registra queda pelo terceiro mês consecutivo.

Comparando-se os indicadores avaliados pela nossa Sondagem Indústria da Construção com os resultados de março, divulgados em 05/05 pela CNI para o conjunto do Brasil, observa-se que, de um modo geral, as avaliações convergiram.

*Fonte: FIERN

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