quarta-feira, 13 de maio de 2020

Respirador desenvolvido no RN espera aprovação da Anvisa

O projeto para a produção de respiradores desenvolvido pelo SENAI/RN, por meio do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), já está em fase de testes. O protótipo de respirador mecânico invasivo – equipamento usado no tratamento de pacientes com Covid-19, que precisam ser entubados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) – está em avaliação de calibração e testes (pré-clínicos e clínicos) para, em seguida, ser submetido ao órgão regulador para validação e fabricação em série.

O equipamento trabalha com pressão máxima de 60 centímetros de água e com controle de PEEP, possui tela ‘touch’, com um quadro de comando que atendem aos requisitos exigidos para responder as necessidades do paciente e da equipe de profissionais intensivistas que irão operar a máquina, além de dispor de banco de dados, sistema de volume, alarme e ser de fácil higienização e manutenção.

O prazo para fabricação em alta escala depende, agora, da Anvisa. “Estamos trabalhando hoje na calibração dos equipamentos, na fase de testagem clínicas feitas por especialistas e pesquisadores da área médica e também na elaboração do dossiê que será submetido à Anvisa para liberação do produto e da fabricação”, disse o diretor do ISI-ER, Rodrigo Mello.


Respirador mecânico desenvolvido pelo SENAI-RN
(Foto: assessoria)

Custo

O custo para aquisição é estimado, segundo o diretor do ISI-ER, entre R$ 10 mil a R$ 15 mil a unidade, uma vez que, neste momento, será produzido sem fins comerciais, somente para atender a demanda dos hospitais. Geralmente, aparelhos de ventilação mecânica são comercializados no mercado entre R$ 52 mil podendo chegar a R$ 400 mil, dependendo da especificidade do produto.

O coordenador de Pesquisa do IS-ER, o engenheiro mecânico Antônio Medeiros, lembra que a disponibilidade de alguns dispositivos de respiradores tradicionais existentes no mercado, para importação de países como Alemanha, Itália e China, prevista apenas para a partir de outubro deste ano foi um dos fatores que levou a equipe de engenheiros do ISI-ER a criar o protótipo.

“Esta é uma solução para auxiliar, primeiro, o Rio Grande do Norte, mas também todo o país pela facilidade e rapidez da montagem, além de acesso a materiais disponíveis. E surgiu diante da dificuldade do governo brasileiro de trazer os equipamentos de fora”, disse Medeiros.


Além da produção, o ISI-ER deverá também exportar o ‘know-how’ para outras regiões. Segundo o diretor do ISI, grandes empresas do setor de automação do país, tanto do Nordeste quanto da região Sul, já entraram em contato interessados em reproduzir o modelo. “Quando tivermos a licença da Anvisa, há empresas que já solicitaram a liberação do projeto e estão aguardando a nossa patente para desenvolver o nosso protótipo”, disse Rodrigo Mello.

A iniciativa faz parte do conjunto de medidas adotadas pelo Sistema FIERN, que colocou toda sua estrutura à disposição do enfrentamento do novo coronavírus (Covid-19) no Rio Grande do Norte.

O aparelho foi totalmente desenvolvido pela equipe de engenheiros e técnicos do ISI/ER em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), responsável pela fase de testagem clínica, e também com a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), que atua na etapa de documentação do projeto para aprovação e licenciamento junto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Por Sara Vasconcelos, jornalista Unicom/FIERN

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