domingo, 1 de novembro de 2020

Análise do debate eleitoral entre candidatos/as ao executivo de Mossoró-RN

Por Ana Kelly Reis*


No âmbito da propaganda eleitoral o debate político eleitoral televisivo é uma importante estratégia para que os candidatos e candidatas apresentem suas propostas para um grande contingente de pessoas de diferentes segmentos sociais. 

O objetivo desse artigo é fazer um breve relato das propostas apresentadas pelos candidatos e candidatas, que concorrem ao cargo de chefia do poder executivo da cidade de Mossoró, no debate eleitoral exibido no dia 29/10/2020 pelo Canal televisivo SUPERTV.



Em seus posicionamentos foi visível o total despreparo da candidata Cláudia Regina, DEM, em relação às políticas públicas para as mulheres, LGBTs e população negra apregoando o mito da democracia racial. Também desconsiderando as desigualdades sociais de classe, de gênero, raça e sexualidade.

O candidato, e deputado estadual, Allyson Bezerra do Solidariedade, que vem se autointitulando como o novo e o que fará a diferença na gestão a frente da prefeitura municipal de Mossoró, demostrou falta de conhecimento sobre a temática da saúde mental e pessoas com deficiência, sem entendimento do que seja educação especial e educação inclusiva. Típico de um postulante da política tradicional, que quer aparecer como novidade, mas apenas repete os velhos clichês dos figurões da velha política, para chegar ao poder a todo custo.

A candidata Irmã Ceição do PTB, parece que participa dos debates apenas para divertir os telespectadores com seu total desconhecimento sobre os problemas da cidade, chegando ao ponto de não saber relacionar a importância e funções da Guarda Civil Municipal, algo bastante grave para quem pleitear a chefia do poder executivo Municipal.

A atual prefeita e candidata Rosalba, partido Progressistas, insiste em querer demonstrar o indemonstrável, ao afirmar que Mossoró está mais ou menos arrumada. Só se esqueceu de dizer que ela está, desde 1988, quando ingressou na vida política pública, ligada as oligarquias Rosado e que exercendo relações de poderes oligárquicas e que todos os problemas que a cidade possui são reflexos dos longos anos de administração dos seus aliados ou dela mesma, pois já esteve por 4 vezes a frente da chefia do poder executivo local. É importante destacar que o seu projeto é o da política do clientelismo, mandonismo, do personalismo, para o exercício de continuação da sua política de exclusão e subalternidade dos mais pobres e da periferia ao assistencialismo predominante de suas gestões. Sem contar que já foi governadora e deixou o estado do RN sem rumo e com prejuízos sentidos até hoje, especialmente na área da educação e da saúde.

O candidato Ronaldo Garcia, PSOL, apesar de ser um respeitado professor e de um partido de esquerda, não consegue ter uma postura condizente para o exercício da gestão municipal, pois não apresenta propostas coerentes e que possam solucionar os inúmeros problemas da cidade.

A candidata e deputada estadual, Isolda Dantas, PT, foi a candidata que melhor soube abordar os temas importantes para a cidade, apresentou seu Plano de Governo, pautado em uma construção participativa, criado a partir de diálogos estabelecidos com os diferentes segmentos sociais. Se apresentou como a candidata de Lula e, que como ele, tudo fará para cuidar da cidade e dos mais pobres. Também mostrou o trabalho já realizado por Mossoró enquanto vereadora e deputada. Dessa forma, pode-se afirmar que ela foi a única que melhor soube aproveitar esse importante de espaço de diálogo com a população, pois mostrou suas propostas, deixou claro sua linha política de atuação para gerir a prefeitura da cidade, além de deixar evidente os jogos de interesses políticos partidários e ideológicos que estão em disputa na atual conjuntura politica local e nacional. 

*Ana Kelly Reis é estudante da UFERSA/LEDOC. Integrante do coletivo de mulheres negras. Militante da Rede Dêbandeira – LGBT.

**A opinião aqui expressada não reflete necessariamente o posicionamento do Blog Carol Ribeiro.

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