terça-feira, 26 de setembro de 2023

Consórcio Nordeste discute em Brasília Fundo de Reconstrução da Caatinga

Ficou acordado a criação do Fundo com a participação de todos os governadores do Nordeste

(Foto: Governo do RN)

“Precisamos entender a importância do Bioma da Caatinga. A criação desse Fundo de Reconstrução é um marco do ponto de vista do desenvolvimento sustentável não só para Nordeste, mas para o equilíbrio ambiental de todo o Brasil”, assim enfatiza a governadora Fátima Bezerra ao falar da parceria do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) com as regiões do Nordeste, incluindo o Rio Grande do Norte, para a preservação e restauração ecológica do Bioma da Caatinga.

A deliberação sobre o tema aconteceu em Brasília, nesta segunda-feira (25), durante Assembleia Geral do Consórcio Nordeste.

Na reunião desta segunda-feira (25), ficou acordado a criação do Fundo com a participação de todos os governadores do Nordeste. Durante a reunião, foi assinado um Memorando de Entendimento para estimular o desenvolvimento da cadeia do Hidrogênio Verde na região, e contou com a presença do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Ainda em julho deste ano, o BNDES anunciou o investimento R$ 10 milhões para restauração de biomas como o da Caatinga, em acordo com o BNB (Banco do Nordeste do Brasil).

Reconstrução da Caatinga

O Fundo de Reconstrução da Caatinga pode ter como referência o Fundo Amazônia, que já opera há 15 anos, com dotação atual de R$ 3,4 bilhões, o qual já apresenta resultados relevantes para a preservação do Bioma Amazônico.

É preciso ressaltar que o estoque e a capacidade de absorção de CO2 da Caatinga, apesar de inferior ao da Amazônia, é relevante e deve ser reconhecido. Enquanto o Bioma Amazônico tem a capacidade de absorver de 3 a 5 toneladas de CO2 equivalente/ano, a capacidade de absorção do Bioma da Caatinga fica de 1 a 3 toneladas de CO2 equivalente/ano. Apesar de sua importância, o bioma contém 62% de área sujeita à desertificação e 80% dessa área antropizada (quando suas características originais foram alteradas). Daí a importância do Fundo de Reconstrução da Caatinga.

Considerado o único bioma estritamente brasileiro, o Bioma da Caatinga conta com uma área de 860 mil km² (o equivalente à soma da França e Itália), e possui 27,8 milhões de habitantes, ocorrendo nos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Piauí, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Maranhão e parte do norte de Minas Gerais.

Também possui 1,8 milhões de agricultores familiares, com conhecimento e tecnologias sociais com soluções para os desafios globais. Por isso o Fundo de Reconstrução do Bioma da Caatinga tem como premissas o Restauro Ambiental com Inclusão Social e Alimentação Saudável.

A Caatinga uma poderosa sequestradora de CO2, capaz de absorver o gás carbônico em quase 100% do tempo e com menor dependência de água. 

Assim sendo, a reconstrução da Caatinga e a valorização de sua genética resiliente serão decisivas para o planeta, devido a captura de carbono e a capacidade de produção de alimentos em um cenário de aquecimento global acima de 1,5ºC e de escassez hídrica.

Postar um comentário