O prefeito deixou o rosalbismo com a vista turva, quase inerte durante os quatro anos de gestão do “Menino”
*Publicado originalmente no Blog Carlos Santos
Por Carol Ribeiro:
Em novembro de 2020, pós eleição de Allyson Bezerra à Prefeitura de Mossoró, o Blog Carol Ribeiro trazia uma interpretação das motivações da vitória do “menino pobrezinho” (veja AQUI).
O deputado de Mossoró sem muita expressão na Assembleia Legislativa conseguiu, em 45 dias de campanha eleitoral, catapultar sua imagem para o alto e se eleger na segunda maior cidade do RN com 47,52% dos votos sobre Rosalba Ciarlini (42,96%), derrotando também a ex-prefeita Claudia Regina (2,94%) e a colega de legislativo, a deputada estadual Isolda Dantas (5,86%), representante do esquerdismo.
O então “Menino pobrezinho” conseguiu se colocar como o candidato mais hábil a captar os eleitores num momento em que o mossoroense mostrava sinais de cansaço com o modelo de gestão do tradicional grupo político rosalbista, atestado na baixa popularidade da prefeita em seu quarto mandato. Allyson Bezerra, há quatro anos, não somente venceu a eleição. Ele foi o resultado da vitória do antirrosalbismo daquela quadra histórica como força política em Mossoró.
Naquele momento, a publicação analisava os desafios que Allyson teria, dali em diante, para mostrar serviço, e evitar que o eleitor num movimento pendular pudesse voltar a sentir saudade de Rosalba Ciarlini.
Começando a gestão tendo em caixa boa parte dos 147 milhões de reais que Rosalba acreditava poder usar, para seu quinto mandato, vindo dolo o jovem de 28 anos, sem fatura de campanha para pagar, se cercou de equipe técnica que o ajudou a multiplicar a popularidade alcançada na eleição.
Ao longo de quase quatro anos, fez novos aliados políticos, novos projetos e novo empréstimo. Transformou as falhas que existem nos serviços urbanos, na saúde mossoroense e na educação, em quase invisíveis, perto das obras e da propaganda que expõe nas redes sociais.
O mérito, a maior parte, fica para sua equipe de marketing, desde a alcunha do Menino pobrezinho – aproveitada das insinuações irônicas da própria Rosalba dirigida a ele ainda no começo da campanha 2020 – até se tornar ‘case’ de sucesso citado Brasil afora, como na Compol Brasil 24, um dos maiores eventos de marketing e comunicação política do país.
O prefeito deixou o rosalbismo com a vista turva, quase inerte durante os quatro anos de gestão do “Menino”. A luta, agora, é da oposição, hoje quase inexistente, para tentar reduzir os cerca de 80% de aprovação e a distância entre a Allyson e o segundo colocado em 6 de outubro, para dificultar voos mais altos do menino do Sítio Chafariz – talvez rumo a 2026.
Ao vencer a eleição de 2020, Allyson ficou com a faca e o queijo na mão. Em quatro anos, cortou o queijo e deixou as migalhas para a oposição.
*Carol Ribeiro é jornalista, editora do Blog da Carol Ribeiro e repórter política do Diário do RN
*No próximo domingo (7), mais dois convidados especiais vão escrever para a série “Eleições Municipais 2024” do Blog Carlos Santos. Aguarde.
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