terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Dia Mundial de Luta Contra a AIDS: Reprodução assistida amplia possibilidades

Avanços médicos permitem gestação segura e bebês livres do vírus, reforçando direitos reprodutivos e combatendo o estigma

No Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, celebrado nesta 1º de dezembro, cresce a necessidade de falar não apenas sobre prevenção e tratamento, mas também sobre direitos, autonomia e sonhos. Entre eles, o desejo da maternidade e da paternidade — que hoje, graças à evolução da medicina, também é possível para pessoas vivendo com HIV.

Os avanços da reprodução assistida têm ampliado as possibilidades de formar uma família com segurança, reduzindo drasticamente o risco de transmissão do vírus para o parceiro e para o bebê. Técnicas como a lavagem seminal e a fertilização em laboratório permitem que homens soropositivos tenham filhos biológicos sem transmitir o vírus. Já no caso de mulheres em tratamento e com carga viral indetectável, o acompanhamento adequado reduz o risco de transmissão vertical (de mãe para filho) a índices inferiores a 1%.

Essa evolução transforma um cenário que, por muitos anos, foi marcado por medo, estigma e falta de informação. Hoje, a ciência dá respostas concretas e abre caminhos antes inimagináveis para casais sorodiscordantes e pessoas vivendo com HIV.

Reprodução assistida: segurança, ciência e dignidade

O uso de técnicas especializadas permite que o material genético seja separado do plasma seminal — onde o HIV está presente — mantendo apenas o espermatozoide saudável para a fertilização. Esse método, aliado ao acompanhamento clínico e ao uso correto de antirretrovirais, praticamente elimina o risco de transmissão.

Além da segurança biológica, a reprodução assistida oferece algo igualmente importante: o direito de sonhar sem medo.

A médica especialista em reprodução humana Dra. Maria Luisa Capriglione reforça como a medicina tem transformado esse cenário: “Hoje, viver com HIV não significa abrir mão do sonho de construir uma família. Com o tratamento adequado, carga viral indetectável e técnicas avançadas de reprodução assistida, é totalmente possível engravidar com segurança. Nosso compromisso é unir ciência, acolhimento e informação para garantir dignidade e autonomia a quem deseja exercer sua maternidade ou paternidade.”

Discutir essas possibilidades é essencial para combater o estigma que ainda cerca o HIV. Pessoas soropositivas têm direito ao planejamento reprodutivo, à formação de famílias e à realização de seus projetos de vida — e a medicina já oferece meios seguros para isso.

Neste dezembro, falar sobre reprodução assistida também é uma forma de fortalecer a luta contra o preconceito e reafirmar o lugar das pessoas vivendo com HIV na sociedade: com direitos, com saúde e com futuro.

A ciência avançou. A maternidade e a paternidade são possíveis.

O que antes era tabu, hoje é realidade.

Neste Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, informação é cuidado — e também esperança.

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