Para o deputado potiguar do PT, objetivo da oposição ao governo Lula é atrapalhar apuração pela PF do suposto crime
“Está em curso uma investigação séria para acabar com esse esquema que começou no governo Bolsonaro e permaneceu durante todo o seu governo” | Foto: Reprodução |
Criticado pelos deputados do PL potiguar, o deputado federal Fernando Mineiro (PT) conversou com o Diário do RN sobre sua decisão de não assinar o pedido de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que visa investigar fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
À reportagem, Mineiro afirmou que as denúncias não apuradas no governo anterior estão sendo investigadas no atual governo do presidente Lula. Ele destacou que a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal (PF) estão conduzindo uma investigação séria para desmantelar um esquema de fraude que teria se iniciado no governo Bolsonaro e se mantido durante toda a gestão do ex-presidente.
“As denúncias que não foram apuradas no governo passado estão sendo no governo do presidente Lula. Está em curso uma investigação séria para acabar com esse esquema de fraude que começou no governo Bolsonaro e permaneceu intacto durante todo o seu governo. O governo Lula, graças à CGU e à PF, está colocando um fim nesse esquema. Quem tem competência e experiência em investigar já está fazendo todo o possível para acabar com esse crime”, afirmou.
O deputado criticou a iniciativa da oposição de instaurar a CPI, alegando que ela tem motivações políticas e visa atrapalhar as investigações que já estão em andamento. Segundo o Mineiro, a direita busca criar um espetáculo político para evitar responsabilização dos culpados pelos supostos crimes cometidos.
“A extrema-direita não quis e não quer investigar. Quer fazer disputa política e atrapalhar as investigações para conseguir palco. Quer fazer um espetáculo para evitar que a investigação séria que já está em curso realmente se aprofunde e chegue nos responsáveis pelos crimes cometidos desde 2019”, dispara Mineiro.
Nesta terça-feira (06), o Diário do RN publicou críticas dos parlamentares da oposição potiguar aos deputados do PT por não terem assinado requerimento da CPI. Segundo General Girão (PL) e Sargento Gonçalves (PL), o posicionamento dos colegas de bancada significa conivência com o crime.
CPI do INSS
A proposta de criação da CPI do INSS foi protocolada por deputados da oposição, liderados pelo deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), com o objetivo de investigar supostas fraudes em descontos indevidos aplicados sobre benefícios de aposentados e pensionistas do INSS.
A iniciativa ganhou força após a deflagração de uma operação conjunta da PF e da CGU, que revelou um esquema que teria movimentado cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024 por meio de cobranças irregulares aplicadas em nome de entidades associativas. O requerimento de criação da CPI foi entregue com 185 assinaturas de deputados de 14 partidos, ultrapassando o mínimo necessário de 171 assinaturas.
O escândalo levou à exoneração do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e ao afastamento de outros dirigentes da autarquia. Entre as entidades envolvidas, destaca-se o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), que tem como vice-presidente Frei Chico, irmão do presidente Lula. O repasse de recursos ao sindicato cresceu significativamente entre 2020 e 2024, segundo documentos da investigação.
Demitido, o ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), admitiu ter sido alertado sobre irregularidades, mas negou responsabilidade direta.
A decisão sobre a instalação da CPI agora depende do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que ainda não instalou nenhuma comissão desde que assumiu o cargo em fevereiro.
A reportagem buscou novo contato com a deputada Natália Bonavides (PT), mas não obteve retorno até o fechamento da edição.
Postar um comentário