quarta-feira, 1 de abril de 2020

Por que os impactos da crise do Covid-19 são menores para os homens?

A ONU Mulheres faz o alerta: o impacto social do coronavírus atinge principalmente as mulheres, que representam 70% das pessoas que trabalham no setor social e de saúde. Além disso, esses surtos causam uma série de impactos na vida econômica das mulheres.

Abaixo, uma série de constatações organizadas pela ONU Mulheres que explicam essa conjuntura:

- O fato das mulheres serem a maioria das profissionais de saúde as coloca em maior risco. Elas continuam carregando a carga de cuidados domésticos, são mães e cuidadoras de familiares. Isso causa considerável estresse.

- A maioria das mulheres trabalha na economia informal, onde o seguro de saúde provavelmente não existe ou é inadequado e a renda não é segura. Este problema impacta na saúde física e mental.

- Surtos da doença, a exemplo do Ebola e Zika, desviam recursos dos serviços de que as mulheres precisam, mesmo quando a carga de cuidados aumenta e os meios de subsistência sofrem perdas. Um exemplo é a diminuição no acesso a cuidados de saúde pré e pós-natal e contraceptivos quando os serviços de saúde estão sobrecarregados.

- O risco de violência tende a aumentar quando famílias em contextos de violência familiar são colocadas sob tensão, auto-isolamento e quarentena.

- Globalmente, as mulheres continuam sendo remuneradas 16% menos que os homens, em média, e a disparidade salarial sobe para 35% em alguns países. A maioria está em empregos inseguros e informais. Portanto, os impactos econômicos afetarão mais mulheres.

- À medida em que ocorre o fechamento de escolas e creches para conter a disseminação do novo coronavírus, a capacidade das mulheres de se envolverem em trabalho remunerado enfrenta barreiras extras.  Em tempos de crise como esse, as mulheres geralmente enfrentam a opção injusta de desistir do trabalho remunerado para cuidar de crianças em casa.

Informalidade representa 42% de trabalho feminino e
20% do emprego masculino, segundo estudo do IEB
(Foto: Mariane T. Arantes)

Nota do Blog - Em segunda postagem sobre o assunto, trarei soluções apontadas pela Organização para amenizar os efeitos da crise do Covid-19 para as mulheres. 







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