quinta-feira, 14 de maio de 2020

Covid-19: as deficiências das políticas públicas no RN

Dois meses de Covid-19 no RN: neste segundo texto, veja as principais medidas e deficiências do Governo do RN no combate à Covid-19

Ao longo dos dois meses desde que foi confirmado o primeiro caso de Covid-19 no Rio Grande do Norte, o estado conseguiu fazer o achatamento da curva epidemiológica, mantendo o número de confirmados e de óbitos abaixo da média nacional. Durante o mês de abril o RN conseguiu sair da 12ª posição entre os estados do Brasil com maiores números de infectados para a 17ª.

Desde que a pandemia chegou ao Brasil, o RN tomou medidas rápidas como o decreto de restrição para estabelecimentos não essenciais, determinou regras para o funcionamento dos serviços essenciais, criou, junto com os estados do Nordeste, o Comitê Científico do Consórcio Nordeste para basear ações a partir de base científica dentro da realidade local. Além disso, tem tomado outras providências, como a distribuição de máscaras à população.

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No entanto, o Estado ainda tem esbarrado na dificuldade de entregar todos os leitos prometidos. Só em Mossoró, dos 100 leitos garantidos durante abril, até agora só conseguiu abrir 37.

A baixa disponibilidade de exames para testagem é uma outra barreira encontrada. A subnotificação da doença impede o planejamento e a realização de políticas públicas para conter o vírus.

Essa situação é discrepante em relação à medidas de afrouxamento das restrições no decreto do final de abril. Ao mesmo tempo em que admite as dificuldades, o Governo chegou a abrandar regras para estabelecimentos. O Executivo estadual pode ter tomado essa decisão com base justamente no sucesso obtido com o achatamento da curva de contágio em comparação às projeções que estimavam o colapso do sistema hospitalar em maio. Por outro lado, é sabido que se está longe de se ter um panorama preciso da proliferação do vírus no estado com a deficiente capacidade de testagem.

Ruas lotadas e pouca fiscalização aumentam espraiamento da doença
(Foto: BCS)

Uma outra falha tem sido a falta de fiscalização do cumprimento das medidas por parte dos estabelecimentos comerciais e da população. Passados dois meses da primeira confirmação de caso da Covid-19 no Rio Grande do Norte, o acompanhamento do índice de isolamento social mostrou que, no último sábado (09), apenas 39,57% da população ficou em casa no estado. Este baixo percentual preocupa as autoridades porque os números mostram que quanto maior a circulação de pessoas, maior o contágio e mais casos graves de Covid-19 surgem nos 14 dias seguintes. Mesmo assim, o Estado não dispõe de estrutura para conter aqueles que resolveram voltar por conta própria.

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