quarta-feira, 12 de maio de 2021

Fátima Bezerra decide pender para o setor econômico

A decisão de permanência do (fictício) toque de recolher foi a única medida para justificar quaisquer questionamentos sobre o atual quadro epidemiológico

(Foto: Sandro Menezes)

Quase três meses depois dos decretos pós-carnaval, que determinaram restrições mais rígidas aos estabelecimentos, como a "lei seca" e o toque de recolher, a governadora Fátima Bezerra cedeu à pressão do setor econômico.

Segundo a própria gestora, em mensagem no twitter, as novas medidas do novo decreto, publicado nesta quarta-feira (12), decreto "levam em consideração a realidade socioeconômica do estado". A decisão de permanência do (fictício) toque de recolher foi a única medida para justificar quaisquer questionamentos sobre o atual quadro epidemiológico do estado que, segundo Fátima, "ainda inspira muitos cuidados".

Mas num horário que pouco faz diferença na semana, e com fiscalização dificultada pela falta de estrutura, o toque de recolher é quase nada diante da flexibilização permitida pelo decreto.

Até esta quarta-feira (12), o estado tem 5.740 mortes e a ocupação dos leitos de UTI está em 90,7%. Na região Oeste, 99,1%. 

Equilibrando-se até agora entre medidas de saúde e econômicas, Fátima resolveu pender para o lado econômico e contar com a sorte e a consciência da população para baixar os assustadores índices da pandemia no estado. 

 

P.S. Segundo reportagem da BBC Brasil, os casos no país voltaram a avançar após uma queda. O RN está entre os estados em estabilidade. No entanto, cientistas apontam que suspensão das restrições antes que a transmissão do vírus estivesse de fato controlada levou a essa reversão de tendência em diversas partes do país.

A Fiocruz afirmou em boletim epidemiológico que "somente a redução sustentada por algumas semanas poderá permitir a melhoria dos vários indicadores de monitoramento da pandemia".


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