segunda-feira, 3 de julho de 2023

Após dia de movimentações, enfermeiros do RN suspendem greve

Sindsaúde afirma que "a atitude da governadora Fátima Bezerra (PT), que um dia já foi sindicalista, é de brutal ataque aos trabalhadores e trabalhadoras da enfermagem"

(Foto: cedida)

Após um dia de mobilizações, que incluiu movimentação no Hospital Walfredo Gurgel, em Natal, e nos Hospitais Tarcísio Maia e Rafael Fernandes, em Mossoró, os enfermeiros do Rio Grande do Norte resolveram cessar o movimento grevista no Estado.

A decisão se deu em assembleia no começo da tarde desta segunda-feira (3), após a categoria resolver cumprir decisão judicial.

A suspensão é temporária, e na próxima quinta-feira (6) acontecerá uma nova assembleia com indicativo de greve da categoria da saúde em geral.

Em nota divulgada nas redes sociais (leia abaixo), o Sindicato dos Servidores da Saúde do RN (Sindsaúde), afirma que "a atitude da governadora Fátima Bezerra (PT), que um dia já foi sindicalista, é de brutal ataque aos trabalhadores e trabalhadoras da enfermagem".

Decisão judicial 

A greve dos enfermeiros que atuam no Estado do Rio Grande do Norte havia sido marcada para esta segunda-feira (3) em decisão tomada em assembleia na terça-feira (26). Mas neste domingo (2), o desembargador Glauber Rêgo, do Tribunal de Justiça do RN, atendeu a um pedido do Governo do Estado e determinou a suspensão da parada, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.

No pedido, o governo alegou prejuízos no serviço público, com a paralisação.

Leia a nota do Sindicato na íntegra:

A manhã desta segunda-feira (3) marcou o início da greve dos profissionais na enfermagem do Rio Grande do Norte, aprovada na última assembleia geral do dia 27 de junho. No entanto, mesmo antes de se iniciar, o Sindsaúde/RN e Sindern, sindicatos responsáveis por conduzir o movimento, foram surpreendidos por uma decisão judicial a partir de uma ação, proposta pela governadoria, que exigiu a suspensão imediata da greve, sob pena de multa de R$ 10.000,00 por dia para as entidades sindicais, além de faltas e descontos salariais para os (as) trabalhadores (as).

A decisão foi recebida de forma oficial, pelo Sindsaúde/RN, às 09h15 da segunda-feira (3), quando a categoria já estava mobilizada em frente ao Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel. Diante do novo cenário, os trabalhadores e trabalhadoras realizaram uma caminhada até a governadoria, onde se seguiu uma assembleia para definir os rumos da luta.

Após a exposição dos riscos, prós e contras, feita pela assessoria jurídica do Sindsaúde/RN, a categoria optou, dentre duas opções apresentadas, pela proposta de suspensão temporária da greve, até, pelo menos, a próxima assembleia geral da saúde na quinta-feira (6) que terá indicativo de greve, não só para enfermagem, mas também para todo restante da categoria. Isso porque a pauta dessa nova Assembleia contempla não só o Piso da Enfermagem, mas também a reposição salarial e demais pendências que o governo se comprometeu de atender na Mesa SUS de junho e não o fez.

Durante o andamento da Assembleia, membros do gabinete civil e da PGE receberam uma comissão formada por alguns dos representantes das entidades sindicais, assessores jurídicos e membros da base. A reunião serviu para que a gestão informasse que a governadora "não tinha conhecimento" da medida judicial que pede a suspensão da greve, argumento esse que não faz o menor sentido, visto que uma decisão de tamanha importância deveria passar pela gestora. “A governadora que é ex-sindicalista e do partido dos trabalhadores parece que esqueceu de onde veio e resolveu ir contra as lutas e os direitos dos trabalhadores”, enfatizou Rosália Fernandes, Coordenadora do Sindsaúde/RN.

Na ocasião, foi pedido aos sindicatos, também, um prazo de 60 dias, sem manifestações, para que fossem apresentados novos encaminhamentos quanto ao andamento da implantação do piso da enfermagem. O prazo não foi acatado pela categoria, nem pelas entidades sindicais. A proposta aprovada pela categoria foi o prazo seja de 30 dias.

Lembrando que o (a) trabalhador (a) brasileiro é assegurado pela Lei 7.783/89 ao direito à greve, a atitude da governadora Fátima Bezerra (PT), que um dia já foi sindicalista, é de brutal ataque aos trabalhadores e trabalhadoras da enfermagem que só desejam garantir o que é básico. Considerar uma greve como essa, mais do que justa, abusiva é uma atitude ditatorial, é completamente descabido. Mas, a luta não vai cessar! Com prudência e segurança, dia 6/07 (quinta-feira) a enfermagem poderá se reunir em Assembleia, junto aos demais trabalhadores e trabalhadoras da saúde, para deliberar novos caminhos rumo à conquista do piso salarial. A hora não é de desanimar, mas de unir forças. Avante!

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