sábado, 13 de fevereiro de 2021

Escolas do campo e as tecnologias em tempos de pandemia

A autora Roseli Caldart descreve que "a escola não move o campo, mas o campo não se move sem a escola"


Foto: web

*Por Antonio Hugo Brito Bezerra

Atualmente, estamos vivendo uma pandemia no nosso planeta, que está afetando o mundo inteiro. No final do ano 2019, surge um novo vírus, que os seres humanos não tinham conhecimento, fomos pego de surpresa, todos os setores: saúde, economia, educação, segurança sofreram esses impactos. De modo que, as escolas estão com as portas fechadas, por causa do isolamento social. Neste artigo refletimos, de forma introdutória, sobre as escolas do campo em tempos de pandemia.

Nesse contexto, cerca de 1,2 bilhões de estudantes estão sem aula presencial devido a esse isolamento social (causado pelo novo coronavírus do Covid-19). De acordo com o censo escolar 2019, havia 47,9 milhões de estudantes matriculados em todo o país na educação básica (educação infantil, ensino fundamental e médio) considerando a escola pública e privada. 

Com isso, esses educandos estão na sua casa, junto com as suas famílias. Dessa forma, as escolas precisam levar a sala de aula para casa dos alunos, sendo um desafio para todos os profissionais da educação. Quando esses profissionais conseguem ter local adequado, começa a ter dificuldade, pois a maioria dos alunos que estão localizados em comunidades do campo não tem uma estrutura que seja adequada para participar das aulas remotas. 

Desse modo, como levar o ensino para os educandos no momento de isolamento social? Sabemos que maioria das escolas do campo não tem equipamento adequado para ter aula remota. Também não está preparada para enfrentar o isolamento social, pois não tem estrutura adequada para conviver em uma pandemia como estamos vivendo hoje.

A autora Roseli Caldart descreve que "a escola não move o campo, mas o campo não se move sem a escola". Precisamos que a escola que está localizada na zona rural, seja uma escola que tenha equipamentos adequados para desenvolver o campo e ao mesmo tempo esteja preparada para os momentos difíceis que estamos passando.

Conforme Almeida (1988) “a educação no meio rural não pode tratar somente dela, mas sim deve ser inserida na discussão da problemática mais ampla do campo, hoje”. Os alunos das zonas rurais estão passando por uma dificuldade muito grande, pois a maioria dos alunos não tem acesso à internet e equipamento adequado em casa, dificultando a participação nas aulas remotas.

Precisamos que o setor público tenha mais olhares para as comunidades do campo e, principalmente, para as escolas do campo, no sentido de criar políticas públicas para ajudar os educandos a terem o direito ao estudo no tempo de aula remota. Da forma como está muitos educandos vão perder o ano letivo.

*Antonio Hugo Brito Bezerra é graduando em Licenciatura Interdisciplinar em Educação do Campo (LEDOC). Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA).

**Esta postagem faz parte de uma parceria do Blog Carol Ribeiro com o projeto Letramento Étnico-Racial.


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