segunda-feira, 12 de setembro de 2016

A semana em que o tripé deixou de existir

Fotos: Carol Ribeiro
Os últimos oito dias movimentaram bastante as peças da campanha eleitoral em Mossoró.

O tripé que havia se formado entre os candidatos Rosalba Ciarlini, Tião Couto e Francisco - o Francisco José Junior, se transformou, na última semana, em uma campanha com dois pólos: as atenções se voltaram para Rosalba e Tião. O prefeito virou carta fora do baralho.

Apesar de não existirem dados numéricos sobre essa tranformação - a única forma de se aferir a tendência com certeza, o comportamento das ruas - incluindo as redes sociais - tendem a levar a essa conclusão.

A sequência de acontecimentos: choro da primeira dama municipal (leia aqui) - justificativa do prefeito (leia aqui) - omissão do governador e resposta da primeira dama estadual (leia aqui), levou o candidato Francisco a uma queda livre nos comentários populares. Durante a semana, a atitude da esposa de Silveira (o Francisco), com um microfone à mão, ao meio-dia, na periferia da cidade, leva a crer que o grupo reconhece isso.

Dias depois, Francisco chegou a dar declaração descartando "apoios de faz de conta", se referindo aos vereadores, sem demonstrar perceber que o maior apoio de faz de conta que tem é do próprio governador Robinson.

Para finalizar a semana, a possibilidade real e o início da debandada de candidatos a vereador podem mostrar, como disse o presidente do PMN, que o prefeito está "enrolando a bandeira".

Enquanto isso, o movimento das ruas leva a acreditar num crescimento do candidato Tião Couto. Além do farto material de campanha possibilitado pelo capital financeiro, a maioria desses candidatos que devem deixar o prefeito mostra maior propensão a seguir o candidato tucano. O mesmo pode acontecer com os eleitores.

Com tempo de propaganda no rádio e na TV, Tião tem aparecido, tem ido à periferia, tem marcado presença nessa campanha.

O que pode ser provável, dada uma leve mudança de comportamento da candidata Rosalba Ciarlini a essa altura. A candidata progressista passou a não agir mais exatamente como se soubesse que permanece numa posição confortável. Partiu para o ataque - a Tião, o provável ascendente - na propaganda da TV, e na Justiça.

Entrou numa disputa pela descida do Alto de São Manoel a longos 22 dias do pleito. Com o argumento de "comemorar o deferimento da candidatura", quis quebrar a própria tradição de descer a Av. Presidente Dutra nos últimos dias da campanha, como que para demostrar força.

O resultado da disputa pela presidente Dutra: o aparecimento do candidato Gutemberg Dias, que ainda não havia despontado nos comentários das ruas. Ao vencer Rosalba Ciarlini no impasse sobre a estreia da "descida", pode, se souber fazer, começar a disputar o terceiro lugar com o prefeito Francisco.